Liberalismo político

História, Sociologia,

Liberalismo político

Estamos vivendo em uma época sem nenhum precedente na história da humanidade, seja na história clássica ou na história moderna. A globalização que integra mercado e povos; a internet, cuja as ferramentas são capazes de aproximar e afastar, causar lutas e levar à paz, de ensinar e de doutrinar; e as novas significações dadas aos conceitos de tempo e espaço faz com que nosso tempo seja extremamente peculiar.

Liberalismo político

Mas se por um lado esses avanços trazem coisas extremamente positivas, por outro lado acarreta em uma série de coisas negativas. Por uma série de fatores, a humanidade vive sérias crises. Guerra civil na Síria que deixa (e ainda está deixando) milhões de refugiados e milhares de mortos, a crise global de alimentos, o ressurgimento do preconceito racial explícito, o crescimento do ódio e da intolerância. Todos esses são sintomas de nosso tempo. Diante de todos esses problemas, a perguntas mais recorrentes são: mas o que foi afinal que deu errado? E qual a solução, se é que existe uma, para todos esses problemas? As respostas podem estar na política, mais especificamente no liberalismo político, ideologia/disciplina que vem dominando a maioria do cenário político mundial nos últimos cinco séculos. Mas o que o que é o liberalismo político? É isso que iremos descobrir na sequência.

Entendendo a história do liberalismo

Para entendermos o que é o conceito que estamos tratando aqui, é necessário que voltemos alguns séculos na história, mais precisamente para o século XV. Depois de transcorridos todos aqueles acontecimentos que estudamos na escola, inclusive a transformação progressiva dos feudos em cidades, a população começou a se revoltar contra as péssimas condições em que viviam. Neste tempo, o poder estava todo concentrado na mão da monarquia, ou seja, se as pessoas estavam enfrentando problemas graves e havia pessoas capazes de amenizar esses problemas, por que isso não era feito? Aqui se tem o nascimento da doutrina política em tela.
Alguns séculos depois, e em uma Europa caracteriza por grandes centros urbanos e monarquias absolutistas, a semente do liberalismo começou a florescer, culminando na Revolução Francesa e, algum tempo depois, em diversos outros eventos importantes, como a Revolução Americana e a Revolução Inglesa. O grande denominador comum desses eventos era a linha de pensamento que os envolvidos seguiam, que apresentavam o seguintes traços:

  • defesa a todo e qualquer custo da liberdade individual;
  • a sobreposição da religião pela razão (sendo que esta não é uma característica exclusiva do liberalismo, já que todo o pensamento ocidental pós Idade Média é marcado pela razão);
  • a opção por um estado constituinte ao invés de um estado monárquico e centralizador;
  • o ideal de igualdade entre os homens (todos somos iguais e por isso devemos usufruir dos mesmo direitos).
  • o ideal do livre mercado, regulado por ele mesmo e sem nenhuma intervenção do estado.

Mas quase que concomitantemente com o surgimento do liberalismo, no século XIX, ocorre também a Revolução Industrial, que iria mudar drasticamente a forma com que se lida com a moeda, agora que tinha um sistema especialmente para ela: o capitalismo. Este fato será decisivo no pensamento democrático do ocidente daí em diante.

Consequências do liberalismo político

Teoricamente, as premissas desta doutrina política seriam extremamente benéficas para a sociedade como um todo. Mas na realidade não foi exatamente isso que ocorreu.
No EUA, o liberalismo foi arrebatador, fazendo que a burguesia do país conseguisse colocar o país entre as grandes nações mundiais, e isso foi ainda mais grandioso após a I Guerra Mundial, quando os EUA passou a ocupar uma posição de dominação perante aos outros países do mundo. E é aqui que surge a oposição.
Em países da Europa, Ásia, América do Sul e Central o socialismo e o comunismo virem com força total para combater o avanço do liberalismo político, e à primeira vista com relativo sucesso, já que países da Europa, principalmente a Itália e a Alemanha ficaram devastadas depois I Guerra, ou seja, um terreno bastante fértil para ideologias extremas, o que inevitavelmente enfraqueceu o liberalismo norte americano.
Passada a II Guerra Mundial e a Guerra Fria que perdurou por décadas (que em sua essência era um combate entre o liberalismo político estadunidense e o socialismo da então União Soviética apoiada por Cuba), os governos democráticos foram pouco a pouco se fortalecendo e hoje existem fortes traços do liberalismo nas democracias ao redor do mundo.
No entanto, em países desiguais o liberalismo extremado, que prega, por exemplo, a livre regulação do mercado e a meritocracia (tudo o que sou e tenho foi graças a mim, e a mais ninguém) pode ser algo bastante perigoso, pois é preciso lembrar que independente da ideologia, a política deve ter como prioridade o bem-estar social, que só é possível quando há igualdade de oportunidades para todos, ou seja, quando todos são cidadãos plenos.