Mercantilismo: Origem do termo, princípios e práticas

História,

Mercantilismo: Origem do termo, princípios e práticas

Mercantilismo

Do ponto de vista europeu, o mercantilismo é um fenômeno que se faz presente durante um longo período histórico, cujo início é difícil precisar e o fim ocorre no limiar do século XVIII.

Pode-se dizer que o mercantilismo está limitado historicamente por dois fenômenos: feudalismo e Revolução Industrial. O caso da política mercantilista está relacionada a dois adventos filosóficos: iluminismo e liberalismo econômico.

O iluminismo está na gênese do rompimento da sociedade contemporânea com os regimes monárquicos absolutistas, enquanto o liberalismo econômico propõe um rompimento com a estrutura capitalista mercantilista.

O papel do liberalismo econômico não é romper com o capitalismo, mas sofisticá-lo, incluindo novos participantes e uma nova dinâmica no ambiente da atividade econômica.

Origem do mercantilismo

A origem do mercantilismo está atrelada a dois fatores: político e econômico. A sua implantação não ocorre de forma harmônica ou seguindo um padrão.

Antes de qualquer coisa, o mercantilismo está na origem do capitalismo contemporâneo, na medida em que está intrinsecamente ligado ao acúmulo de riquezas. O mercantilismo pode ser considerado um sistema econômico baseado no comércio.

Pode-se identificar a sua origem na Itália renascentista, quando o comércio trouxe opulência econômica a estados como Veneza, Florença e Gênova. Começa no século XIV o rompimento com o que se convencionou, historicamente, chamar de “regime feudal”, uma economia essencialmente agrícola, de subsistência, com o poder político e militar concentrado nas mãos da Igreja Católica e dos senhores feudais, proprietários da terra.

O aspecto político do mercantilismo é precisamente a transição do poder feudal para o poder monárquico. O acúmulo de riqueza pela Coroa não é um fim, em si, como se possa sugerir, mas um meio para ampliar o poder.

Muitos associam o mercantilismo a uma espécie de capitalismo de estado, o que faz todo sentido, uma vez que o estado se apropriava de boa parte das riquezas decorrentes da atividade comercial. Um bom exemplo dessa condição é o advento das grandes navegações empreendidas por Portugal e pela Espanha, em busca das especiarias e de metais preciosos, que serviriam para enriquecer as Coroas. Essas nações empreenderam explorações predatórias no continente americano.

Do mercantilismo ao liberalismo

O fortalecimento das monarquias absolutistas, com poder concentrado nas mãos do rei, empossado por direito divino à sucessão, está diretamente ligado a esse estado mercantilista, assim como a derrocada da monarquia está relacionada à substituição da visão mercantilista.

Não há, no entanto, uma rejeição ao comércio como mola propulsora da economia do estado na origem do liberalismo. O que estava em jogo era a distribuição da riqueza decorrente dessa atividade econômica. Uma burguesia crescente passa a desafiar o poder do rei e reivindicar para si os dividendos da empreitada comercial.

O que fornece as estruturas básicas do liberalismo é a Revolução Industrial, tanto que são eventos contemporâneos. Surgem outras classes, como os industriais, que rapidamente vão enriquecer, e as classes operárias. Reorganiza-se a atividade econômica, o modo de produção e até a geografia humana, com migração para as cidades e geração de novas atividades, como o serviço.

O comércio está presente até os dias atuais, mas o mundo contemporâneo nasceu da diversificação da atividade econômica e de novas visões que se desenvolveriam a partir dos ideais iluministas.