Resumo da Idade Moderna: A crise de Portugal e o reforço do pacto colonial

História,

Resumo da Idade Moderna: A crise de Portugal e o reforço do pacto colonial

No ano de 1755, um grande terremoto atingiu Lisboa, em Portugal. Por causa disso, a coroa acabou ampliando seus gastos, para que a capital do reino pudesse ser reconstruída. Enquanto isso, o ingresso de recursos diminuía, devido ao declínio da produção de ouro no Brasil. O marquês de Pombal recorreu então ao aumento de tributos, estabelecendo ainda monopólios, protegendo dessa maneira os produtos portugueses.

Durante a administração de Pombal, as capitanias hereditárias foram extintas, e acabaram sendo incorporadas aos domínios das capitanias da coroa, e criadas companhias de comércio, para o controle do comércio colonial e aumentar as rendas metropolitanas. A capital da colônia acabou sendo transferida de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de aumentar rigorosamente a fiscalização de exportação de ouro. Pombal zelou pela cobrança dos impostos devido à metrópole, efetivamente a primeira derrama e, tempos depois, estabelecendo sobre a exploração de diamantes, o controle real.

reforço do pacto colonial

Após a morte do rei D. José I, o marquês de Pombal abandonou o ministério. Algumas de suas realizações, como por exemplo o funcionamento de manufaturas da colônia e as companhias de comércio, que haviam sido proibidos, foram anuladas pelos seus opositores. A grande responsável por essas mudanças, foi a rainha D. Maria I, também conhecida como a rainha Louca, que governou o país do ano de 1777 a 1816.

Depois da crise da mineração, aconteceu o chamado renascimento agrícola, que acabou se beneficiando da procura por produtos coloniais, como o tabaco e o algodão, desencadeada pela Revolução Industrial da Inglaterra. A guerra de Independência dos Estados Unidos, país que era um grande fornecedor de algodão, juntamente com o desenvolvimento da indústria têxtil europeia, acarretaram em um alto crescimento da produção de algodão. Nesse contexto, o fumo, teve seu consumo ampliado pelo crescimento do tabagismo na Europa.

No fim do século XVIII, o açúcar brasileiro conheceu uma nova valorização, com a interrupção da produção do açúcar antilhano, devido às insurreições de escravos que aconteceram a partir do ano de 1791, nas Antilhas, em luta pela independência do Haiti.

As rebeliões nativistas – A revolta de Beckman (Maranhão, 1684)

Não chegaram a reivindicar uma independência nacional, os primeiros movimentos coloniais de contestação ao domínio nas metrópoles. As rebeliões nativistas foram na verdade, as manifestações contra medidas que eram consideradas contrárias e isoladas aos interesses dos colonos de algumas regiões do Brasil, servindo para evidenciar os interesses de uma população que já se encontrava com a raízes fincadas em território brasileiro.

Vale salientar, que as rebeliões nativistas, não representaram indícios de uma tomada de consciência nacional, já que não reivindicavam com a abolição da escravidão, uma integração social da população, e também não almejavam alterações profundas na estrutura social e econômica que estava sedimentada ao longo do período colonial.

O Maranhão, que era uma região pobre e sustentada através da exploração da pequena lavoura e das drogas do sertão. Por isso, criou-se no ano de 1682, a Companhia Geral do Comércio do Estado, que tinha como objetivo principal a contenção de atritos entre religiosos e fazendeiros na disputa pelo trabalho indígena, que era mais barato do que o trabalho africano, e ainda, o incentivo à produção local.

Aos habitantes do Maranhão, essa companhia venderia produtos da Europa, como por exemplo vinho, azeito e tecidos, e dele compraria o que fosse produzido, como açúcar, drogas do sertão, algodão e madeira, para que fossem comercializados na Europa. Além disso, a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão, também era responsável por fornecer para a região, 500 escravos por ano, uma fonte alternativa de mão de obra, por causa da resistência dos jesuítas em permitir que os nativos fossem escravizados.

Mas, a empresa não apenas vendia seus produtos a preços muito elevados e pagava muito pouco pelos artigos coloniais, como também acabou não cumprindo o acordo de fornecimento de escravos, situação que acabou provocando grande descontentamento e insatisfação entre os colonos.

Nesse contexto, os revoltosos acabaram por ocupar a cidade de São Luís, sob a liderança do fazendeiro Manuel Beckman, que dá nome ao movimento. Os jesuítas e os representantes da companhia de comércio foram expulsos, e eles governaram por quase um ano, o Maranhão.

O irmão de Manuel, Tomás Beckman, foi para Lisboa com o objetivo de afirmar sua fidelidade ao rei, e reforçar as acusações contra a Companhia Geral do Comércio do Estado pelo descumprimento do contrato e diversas outras irregularidades. Assim, Gomes Freire de Andrade acabou sendo enviado pela metrópole ao Maranhão, para ocupar o cargo de governador. Além disso, tropas para combater os revoltosos também foram enviadas.

A Revolta dos Beckman acabou sendo sufocada e seus principais líderes, Jorge Sampaio e Manuel Beckman foram enforcados. No ano de 1685, os fazendeiros conseguiram acabar com a Companhia.