Resumo sobre Martinho Lutero e o início do protestantismo

História,

Resumo sobre Martinho Lutero e o início do protestantismo

Martinho Lutero foi um monge alemão, da ordem dos Agostinianos, que viveu no século XVI e é considerado um dos principais personagens da Reforma Protestante.

Resumo sobre Martinho Lutero e o início do protestantismo

Apesar de ter ingressado ainda jovem no caminho monástico, com o passar dos anos foi acometido por questionamentos sobre as práticas da Igreja Católica romana. Manifestou-se publicamente contra dogmas católicos e negou a autoridade do Papa. Por isso, e pela negação em se retratar, ele foi considerado um herege e acabou excomungado em 1520.

Suas ideias deram origem ao movimento protestante e à Igreja Luterana. Além das questões religiosas que mobilizaram a Reforma, haviam também outras razões políticas e econômicas que contribuíram para o rompimento de monarcas europeus com o papado romano, como a busca por maior autonomia para governar e o desejo de eliminar o pagamento de tributos papais.

Além da Alemanha, o movimento protestante também se espalhou por outras regiões, como nos Países Baixos, na Escandinávia, na Suécia, na Inglaterra, na Escócia, na França e na Suíça.

Vida de Martinho Lutero

Martinho Lutero nasceu em 1483, na cidade de Eisleben, na Alemanha. Filho de Hans Luther e Margarethe Lindemann, foi criado em uma família que, apesar de humilde, priorizou os seus estudos para que tivesse melhores oportunidades na vida.

Lutero ingressou na Universidade de Erfurt aos dezessete anos, onde manifestou interesse por temas filosóficos e concluiu a graduação e o mestrado. Em seguida, ele pretendia seguir seus estudos para o âmbito do Direito. Porém, uma experiência inesperada acabou mudando os rumos do jovem.

Acredita-se que em um dia de tempestades e muitos raios, ele temeu pela sua vida e prometeu que, se sobrevivesse, iria dedicar-se à vida monástica – e assim o fez. Pouco depois de ingressar no curso de Direito, tornou-se monge no Mosteiro Agostiniano de Erfurt. Sua ordenação ocorreu em 1507.

Já no caminho da fé, tornou-se Doutor em Teologia e passou a dar aulas na Universidade de Wittenberg. Em 1512, foi selecionado para ir a Roma e voltou decepcionado da viagem. Na cidade sede da Igreja, o monge deparou-se com práticas contrárias a sua crença e aos ideais católicos, como prostíbulos para monges, comércio de indulgências e modos superficiais do clero e do papado.

Rompimento com a Igreja Católica

Um dos principais dogmas contra o qual Martinho Lutero de posicionou foi o comércio de indulgências. De acordo com a interpretação que vigorava na época, qualquer pessoa que se julgasse pecadora e gozasse de recursos poderia comprar papéis e documentos que lhe assegurassem a redução do sofrimento no purgatório e até mesmo a completa absolvição de seus pecados. Era praticamente um bilhete de ida diretamente ao Paraíso.

Para o monge alemão, essa ideia era absurda, pois ele acreditava que somente o caminho da fé, do amor a Jesus e o profundo arrependimento poderiam iluminar os pecados dos seres humanos – e não ações materiais.

Em 1517, o Papa Leão X aprovou as indulgências gerais a favor de qualquer católico que doasse dinheiro para viabilizar a conclusão das obras de uma nova Basílica. Tal atitude parece ter sido a gota d’água para Lutero, que decidiu posicionar-se publicamente contrário às indulgencias. Ele então escreveu sua famosa obra “95 Teses”, que rompeu com dogmas católicos e é até os dias atuais uma das bases da Igreja Luterana.

As teses eram basicamente questões a serem discutidas sobre as interpretações e práticas da Igreja Católica. Os papéis foram afixados na porta da igreja da cidade, e tal atitude foi considerada uma afronta às autoridades religiosas. Consequentemente, a polêmica espalhou-se pelo Império.

Lutero foi chamado pela Igreja para retratar-se, mas negou a autoridade do Papa e recusou-se a pedir desculpas pelas suas ideias e ações. A partir de 1518 foi considerado um herege, e finalmente em 1520 foi excomungado da Igreja Católica Romana, após queimar a bula papal que lhe dava o prazo de sessenta dias para se retratar. Posteriormente, Martinho Lutero acabou buscando refúgio e proteção no castelo do príncipe Frederico da Saxônia por aproximadamente um ano.

Durante este período de exílio e fuga dos agentes papais, e a partir do entendimento de que a população deveria ter acesso às escrituras bíblicas de forma direta, e não indiretamente por meio da interpretação do clérigo, Lutero traduziu a Bíblia para o alemão. Com isso, suas ideias espalharam-se ainda mais rápido pelo continente europeu.

Até então, o livro sagrado só estava disponível em latim, motivo pelo qual somente uma pequena parcela da população mais afortunada poderia acessá-la. Mas com a tradução, o povo alemão passou a ler a Bíblia e a desenvolver uma interpretação mais crítica em relação ao que era ensinado pela Igreja Católica romana.

Em 1525, Martinho Lutero casou-se com a ex-freira Catarina de Bora, com quem teve seis filhos e adotou outros. Ele havia rompido com o preceito do voto de castidade, assim como eliminado a prática de adoração de imagens. Durante sua vida, Lutero escreveu centenas de obras e viu o luteranismo espalhar-se pela Europa. Faleceu de derrame cerebral em 1546, aos 63 anos.

Entre o ano de sua morte e 1555 ocorreram diversos conflitos políticos e religiosos entre católicos e protestantes, os quais cessaram somente após a assinatura do Tratado de Paz de Augsburg. O documento autorizou o estabelecimento do luteranismo como religião oficial em todo território onde o monarca adotasse esta religião.