Resumo sobre o Centauro Mitológico

História,

Resumo sobre o Centauro Mitológico

Como toda mitologia, a origem dos centauros não tem uma única versão. Mas há um ponto central e comum em todas as narrativas que contam a origem destes personagens fabulosos: todos eram metade homem, metade cavalo.

Resumo sobre o Centauro Mitológico

A divisão corpórea do centauro remete a uma imagem de um ser dotado de racionalidade e boas qualidades, mas que por sua meia origem animal, é também composto de brutalidade, ferocidade e violência. Esta combinação reflete a junção do humano com o animal. Cabeça, tronco e braços de homem; corpo e patas de cavalo. Eis a figura monstruosa do centauro.

A origem dessa figura mitológica, como já dissemos, tem variações. Uma dessas versões é a de que o ancestral mais próximo dos centauros era Íxion, rei dos Lápidas; povo que habitava os arredores dos montes Pélion e Ossa, na região da Tessália.

Íxion, seu soberano, ao liquidar membros de uma família inteira que tinha por linhagem o deus-rio Peneu, teria sido condenado à morte. Contudo, sua condenação aconteceu em um dia de bom humor do rei do Olimpo, Zeus, que lhe poupou a vida acolhendo-o no reino dos deuses. Íxion testa a paciência de Zeus, o deus dos deuses.

Conta o mito que após Zeus preservar sua vida, Íxion, em um ato de completa ingratidão, corteja a esposa de Zeus, Hera. Como maneira de se divertir e ao mesmo tempo pôr a prova os atos de Íxion, o rei dos deuses do Olimpo envia para a terra uma nuvem (Néfele) com o formato e a aparência de Hera. Após se deitar com a falsa Hera, Íxion se vangloria de sua conquista diante de todos na cidade; pensando ele que teria, de fato, se deitado com a esposa de seu benfeitor.

Após tantos atos de desagrado e testando a paciência do deus dos raios, Íxion é jogado por Zeus para o Hades, onde lá seria fixado em uma roda no intuito de pagar todos os seus atos contra Zeus. O Hades, na mitologia grega clássica e arcaica, é o lugar para onde as almas ou as psiques vão após a morte de seus corpos e lá vagam e sofrem toda sorte de infelicidades.

Da união entre Íxion (humano) e a nuvem enviada por Zeus (Néfele), nasce um ser híbrido; metade homem, metade cavalo, que recebeu por nome de espécie Kentauros ou Centauro. Esse ser híbrido dará origem há uma linhagem inteira de outros centauros que compartilham do estereótipo pelo qual conhecemos as figuras míticas dos centauros: seres violentos, irascíveis e coléricos.

Dentre a representação da classe dos centauros há dois que, além de não terem sua origem ligada a Íxion, não compartilham dos traços coléricos de seus semelhantes; são eles Quíron e Folo. Os dois tem origem diferentes. Quíron é fruto do relacionamento entre Cronos e Filira, filha do Oceano. Já Folo tem origem da união entre Sileno e Melos, uma ninfa.

A virtuosidade de Quíron.

Contam as narrativas mitológicas que Quíron foi um centauro voltado para a cura, para o desenvolvimento de fármacos que auxiliassem a humanidade. Dedicado e devotado ao domínio da botânica, medicina e astronomia, Quíron torna-se amigo de Hércules.

O herói grego, de forma acidental, em uma batalha com outros centauros, fere Quíron. Em um momento de dor insuportável, causado pela ferida, o centauro implora aos deuses pela própria morte. Abdicando de sua imortalidade, Quíron a transfere para Prometeu. Zeus, vendo a dor e a abnegação do centauro, homenageia Quíron com a Constelação de Sagitário, representação celestial da virtuosidade do centauro.

É Hércules que também acaba por matar Folo, o centauro oriundo da união entre Sileno com Melos, a ninfa, e que também tinha com o herói uma relação de amizade.

A figura mítica do centauro é também conhecida por sua distinta participação na batalha com os Lápidas. Eram guerreiros ferozes. Donos de uma força brutal e velocidade, estavam sempre prontos para uma briga ou uma batalha.

As origens regionais dos centauros, na mitologia grega

A mitologia conta com três origens regionais diferentes dos centauros. A primeira é da Tessália, a segunda do Peloponeso e a terceira é em Chipre. Três regiões diferentes da Grécia antiga que abrigaram o mito do centauro. Íxion foi o primeiro a povoar a Tessália com sua prole de híbridos. Já no Peloponeso Quíon e Folo foram os centauros que nas narrativas tiveram maior importância.

Em Chipre, o que se conta é que havia uma tribo de homens touros que mais provavelmente eram tidos como daimons da fertilidade. Um daimon, na língua grega clássica, é vinculado a um tipo de ser que transita entre o mundo divino, olímpico, e o mundo terreno. Um ser dotado de capacidades místicas que poderiam mediar a paz ou a guerra no plano humano.

Os míticos centauros tinham sua parcela divina e humana, mas nem todos possuíam a imortalidade, apenas aqueles que foram concebidos a partir da união de um deus e outro ser divino, por exemplo, uma ninfa.