Segundo Reinado: Revoltas do Período Regencial – Quadro-Resumo

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Segundo Reinado: Revoltas do Período Regencial – Quadro-Resumo

O Período Regencial (1831 a 1840) é marcado por revoltas provinciais que só foram pacificadas nos primeiros anos do Segundo Reinado, sob o império de Dom Pedro II. As rebeliões mais importantes foram: Cabanagem (Pará), Farroupilha (Rio Grande do Sul), Sabinada (Bahia) e Balaiada (Maranhão). Durante o reinado de Dom Pedro II, o conflito civil mais importante foi a Revolução Praieira, deflagrada em 1847. Confira as principais informações sobre o Segundo Reinado: Revoltas do Período Regencial – Quadro-Resumo

Segundo Reinado Revoltas do Período Regencial - Quadro-Resumo

Revolta da Cabanagem no Pará

A Cabanagem foi uma das revoltas mais violentas da Regência. Terminou com a morte de 30 mil pessoas no Pará, província que, em 1819, tinha 80 mil habitantes. Foram cinco anos de conflitos (1835-1840), envolvendo fazendeiros e comerciantes que se opunham aos atos da presidência da província. A rebelião contagiou a população, que apoiou o conflito iniciado pelas elites rebeldes, acreditando que poderiam conquistar melhores condições de vida. A revolta foi denominada Cabanagem porque, naquela época, a maioria dos paraenses morava em cabanas à beira dos rios que cortavam a província.

Logo de imediato, os rebeldes assumiram o controle da província, com a deposição do presidente nomeado pela Regência. Três rebeldes ocuparam a presidência da província paraense. O primeiro foi o comerciante Félix Malcher, que ficou pouco tempo no poder. Acusado de trair o movimento e prestar juramento ao imperador, Malcher foi deposto por Pedro Vinagre, que liderava os cabanos. Vinagre assumiu a presidência, mas decidiu não enfrentar as forças do império, apoiadas por John Taylor, mercenário inglês.

O sucessor de Malcher foi Eduardo Angelim. Mas, em menos de dois anos, após a tomada de Belém, os cabanos fugiram para o interior da província. Os últimos rebeldes só desistiram do conflito, em 1840, quando ocorreu o Golpe da Maioridade, que consagrou Dom Pedro II, então com 15 anos de idade, Imperador de Brasil.

A Guerra dos Farrapos

A Guerra dos Farrapos (1845-1845), a mais longa guerra civil da história do Brasil, foi uma tentativa dos gaúchos de separem da província do Império. Os altos impostos que pesavam sobre produtos oriundos do Rio Grande do Sul, como o charque e o couro, dificultavam o comércio com as demais províncias. Além disso, os gaúchos enfrentavam a concorrência dos países da bacia do Prata – Argentina, Uruguai e Paraguai. O Rio Grande do Sul ficou dividido entre os farroupilhas, que defendiam mudanças, e os chimangos, que apoiavam o poder central.

A Farroupilha foi liderada por Bento Gonçalves, que exigiu a renúncia do presidente da província. Porto Alegre foi ocupada. A Assembleia teve que nomear outro presidente. A República Rio Grandense, sediada em Piratini, foi proclamada, em 1836. Laguna, em Santa Catarina, foi conquistada três anos depois, com a proclamação da República Juliana. Nesta ação, os farroupilhas contaram com de Giuseppe Garibaldi, hábil estrategista, que conduziu por 60 km, duas embarcações, da Lagoa dos Patos até Tramandaí, para um ataque surpresa contra as tropas do império. Anos depois, Garibaldi liderou a unificação da Itália.

O movimento farroupilha só terminou em 1845, três anos após a nomeação de Luís Alves de Lima e Silva, que mais tarde se tornaria o Duque de Caxias, para a presidência da província. O processo de pacificação envolveu a negociação de vários benefícios aos farroupilhas como a devolução de terras confiscadas pelo governo, libertação de escravos que participaram da rebelião, incorporação de rebeldes ao Exército Imperial, entre outros.

A Sabinada na Bahia

Dois anos antes da Sabinada na Bahia, houve uma rebelião, em Salvador, com a participação de negros. Na Bahia, negros muçulmanos, que trabalhavam livremente, em Salvador, rebelaram-se contra a discriminação racial, escravidão e a imposição do catolicismo. A Revolta dos Malês, como ficou conhecida, durou apenas dois dias, de 25 a 27 de janeiro de 1835, reuniu cerca de 1.500 pessoas. Malê, na língua ioruba, significa muçulmano.

Uma denúncia pôs fim aos planos dos malês. Líderes foram presos e condenados à morte. Outros rebeldes foram condenados a trabalhos forçados ou degredados na África.

A Sabinada (1837-1838) foi liderada pelo médico e jornalista Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira. Os rebeldes baianos opunham-se à política regencial. Defendiam a proclamação da República Baiense, convocação de assembleia constituinte e a separação da província até que Dom Pedro II chegasse à maioridade. As forças imperiais investiram com violência para acabar com o movimento. Inúmeras casas foram incendiadas e prisioneiros queimados vivos.

A Balaiada no Maranhão

A miséria e a insatisfação popular culminou com a Balaiada (1838-1841), liderada por Manuel Balaio, artesão maranhense. Naquela época, o Maranhão tinha cerca de 200 mil habitantes, sendo que a maioria era escravos e sertanejos pobres. Inconformados com a pobreza e os desmandos dos políticos conservadores, o povo marginalizado se revoltou contra as desigualdades sociais. Os rebeldes contaram com o apoio dos liberais que, na verdade, queriam tirar proveito do movimento para chegar ao poder.

Em 1838, uma invasão à cadeia da província, liderada pelo vaqueiro Raimundo Gomes, conhecido como Cara Preta, foi o estopim da Sabinada. Manuel Balaio liderou uma séria de ataques a fazendas. Nestas ações, muitos escravos aproveitaram para fugir para quilombos. O preto Cosme fundou um quilombo com mais de três mil escravos. Ele acabou preso e enforcado anos após o fim da Sabinada. A anistia decretada em 1840 resultou na rendição dos rebeldes.

Segundo Reinado: Revolução Praieira

A revoltas provinciais foram pacificadas no início do Segundo Reinado. Porém, durante o reinado de Dom Pedro II, ocorreu mais uma revolta civil, em Pernambuco: a Revolução Praieira. A Revolução Praieira foi motivada pelo descontentamento contra a dominação oligárquica e o controle português do comércio. Os revolucionários pernambucanos defendiam o voto livre universal, liberdade de imprensa, extinção do poder moderador, nacionalização do comércio, reformas econômicas e sociais.

Contrários à nomeação de um político conservador de Minas Gerais para a presidência da província, os praieiros tomaram as ruas de Olinda, em 7 de novembro de 1847. Sob a liderança de Pedro Ivo, a revolução rapidamente se espalhou para o interior pernambucano, chegando a Recife, em 1849. A rebelião não resistiu à força das tropas do império. Os líderes revolucionários presos só foram anistiados em 1851.

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