Cenário Europeu e Importância do Romantismo para a Literatura
A literatura é uma das matérias mais aclamadas pelos jovens nas escolas, suas facetas, diferenças e diferentes movimentos fazem dela uma das mais ricas e elaboradas de todo o currículo escolar. Afinal, quem não se lembra de ouvir sobre a Semana de 22, sobre a prosa e poesia, sobre o arcadismo? No entanto, um dos movimentos que mais chama a atenção dos amantes de literatura é o Romantismo. Aqui no Brasil, ele teve seu início com Suspiros Poéticos e Saudades, do escritor Gonçalves de Magalhães, e foi se desdobrando durante todo o século XIX. No entanto, para entender de verdade o Romantismo, é preciso que voltemos ao final do século XVIII, na Europa, para saber como o movimento se originou.
Cenário europeu
Na Europa, os grandes centros estavam se formando. Com isso, a burguesia começava a se mudar e, dessa maneira, delineando as classes ricas provenientes do comércio e sua forte aceleração. Com isso, a literatura passou a ser consumida por esta nova classe, que lia livros, principalmente romances. Isso também aconteceu porque a tipografia e a prensa de Gutemberg tinham acabado de aparecer, possibilitando a impressão de uma quantidade alta de livros, jornais, etc.
Na Europa o livro se tornou popular e começou a ter um grande alcance na sociedade. O romance que marcou o início desta era foi ‘Os sofrimentos do jovem Werther’, do alemão Johann Wolfgang Von Goethe, que data do ano de 1974.
A Revolução Francesa e o pensamento Iluminista pipocavam em todos os países fazendo com que as pessoas estivessem em efervescência por um movimento cheio de ideias e pensamentos tidos como modernos para a época.
Já no Brasil tínhamos também um marco importantíssimo, a Família Real Portuguesa fugia de Portugal e vinha morar na colônia em busca de refúgio. Com isso, a colônia recebeu também uma parte da burguesia portuguesa que trazia em suas bagagens, livros, jornais e uma atitude cultural intensa. Era preciso que a colônia também se desenvolvesse no campo artístico e cultural, já que a cultura europeia estava entrando de vez na vida dos colonizados e da elite que aqui já vivia.
Nós ainda éramos uma colônia com escravos negros e isso gerou fortes movimentos abolicionistas por parte dos autores românticos, devido às características do Romantismo. Esse movimento e a ascensão cultural que vivíamos também fez com que muitos movimentos de independência também começassem a ganha forma com o aumento do nacionalismo e patriotismo.
O Romantismo na Literatura
Na literatura, o Romantismo ganhou forma com a poesia lírica. O uso de metáforas também são características marcantes do período, assim como frases diretas, comparações entre nações e palavras estrangeiras. A literatura do Romantismo é aquela na qual a expressão dos sentimentos do autor são latentes, assim os escritores estão voltados para suas dores, lamentações, angústias, medos e tudo o que envolva seu mundo interior. Mas a vida passa também a ser vista com um sentimento de liberdade que impulsiona seus autores a transmitirem isso para todos os seus romances.
Os amores platônicos são também típicos do Romantismo, assim como os mistérios das mortes e acontecimentos nacionais e históricos que produzissem algum tipo de reflexão.
No Brasil, a literatura do Romantismo foi dividida em três gerações, sendo elas:
1-Primeira Geração: ela ficou conhecida como Nacionalista e ficou marcada pelos temas nacionais que eram abordados tanto na prosa, quanto na poesia. Neles, os índios eram tidos como “bons selvagens”, já que eram dóceis e se convertiam fácil para o cristianismo dos portugueses. Também conhecidos como indianistas, os autores dessa geração tinham o índio como o símbolo cultural e, por isso, sua vida era esmiuçada em suas obras. Entre os mais conhecidos autores românticos dessa primeira geração estão: Gonçalves Dias, Teixeira e Souza e Gonçalves Magalhães.
A segunda fase, ou o Mal do século, ficou, também, conhecida como ultrarromântica ou ainda Byoriana. Nela, o tema central são os males do amor, suas decepções e angústias. Por isso, as obras são marcadas pelo pessimismo, tristeza e a valorização da morte, além de uma visão de vida e social muito decadente. Por esses motivos, muitos dos autores dessa geração morreram cedo e deixaram suas tristezas impressas em seus romances. Entre os mais conhecidos estão Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo.
A terceira e última geração brasileira de romancistas traz consigo a vontade da luta nacional, o patriotismo. Também conhecidos por suas poesias condoreiras ou hugoana, o período é marcado pelas fortes e duras críticas sociais, sendo o mais famosos entre seus autores Castro Alves e seu Navio Negreiro.
O período do Romantismo durou no Brasil do ano de 1836, com o já falado ‘Suspiros Poéticos de Saudades’, de Gonçalves de Magalhães, até o ano de 1881, quando Machado de Assis publica a obra de maior impacto e mudança para o Realismo Brasileiro, o famoso ‘Memórias Póstumas’, de Brás Cubas.