Graciliano Ramos e Dyonelio Machado: Obras e Características
Graciliano Ramos e Dyonélio Machado têm algumas coisas em comum. Nasceram no final do século XIX e ganharam notoriedade no período que ficou conhecido como segunda fase do Modernismo, entre 1930 e 1945.
Outro traço em comum é o romance de caráter social, presente em obras como “Vidas Secas” (Graciliano-1938) e “Os Ratos” (Dyonélio-1934). Enquanto o romance de Graciliano Ramos retrata a precariedade da vida no Sertão Nordestino, o romance de Dyonélio é uma trama urbana, que critica a forma como a sociedade se estrutura em torno do dinheiro e do materialismo, que corroem as relações humanas.
Psicologia social
Dyonélio, embora tenha vivido 90 anos, não teve o mesmo peso de Graciliano Ramos na literatura, mas “Os Ratos” ganhou notoriedade e prestígio. Pela obra, foi condecorado com o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.
Dedicou sua vida, além da literatura, à medicina, à psiquiatria e à política. Aliás, é em função de seu envolvimento com a psiquiatria que a obra de Dyonélio, gaúcho de Quaraí, é tão intensa na abordagem da psicologia humana como produto do meio social urbano, sobretudo no que diz respeito às camadas mais carentes da população.
Os Ratos foi a sua segunda publicação. A primeira foi “Um Pobre Homem”, livro de contos. Produziu diversos romances entre 1942 e 1982.
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos é conhecido por obras como Caetés (1933), São Bernardo (1934), Angústia (1936), Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953), entre outros romances.
Assim como Dyonélio, Graciliano adota uma linguagem direta, quase documental, que diz aquilo que quer dizer. Na sua visão, a literatura tem um papel social inerente, que está presente mesmo quando é negado.
Escreveu, além de romances, contos, crônicas e literatura infanto-juvenil. O alagoano de Quebrangulo, nascido em 27 de outubro de 1892, morreu de câncer no pulmão em 1953 no Rio de Janeiro.