Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida

Literatura,

Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida

A primeira geração do romantismo no Brasil foi a fase nacionalista, na qual os autores buscavam definir a identidade nacional. Em suas obras, eles tinham o índio como herói, e buscavam a fuga da realidade, valorizavam a natureza e a liberdade e também os sentimentos e as emoções.

Joaquim Manuel de Macedo, um dos principais autores da Primeira Fase Romântica

O romantismo contou com vários escritores, porém, Joaquim Manuel de Macedo é um dos mais importantes, pois “A Moreninha”, livro que foi publicado no ano de 1844, é tido como o primeiro romance brasileiro.

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O autor nasceu em 1820 em Itaboraí, Rio de Janeiro. Apesar de ser formado em Medicina, clinicou apenas um pequeno período de tempo no interior do estado do Rio, sendo jornalista, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista. Em 1844, Joaquim Manuel de Macedo se formou na Faculdade do Rio de Janeiro e publicou “A Moreninha”, sendo que alguns acreditam que Carolina, a personagem da obra, é inspirada em sua namorada e depois esposa, Maria Catarina de Abreu Sodré. No ano de 1849, Manuel de Macedo criou a revista Guanabara, na qual publicou a maior parte de “A Nebulosa”.

Após isso, abandona de vez a Medicina e volta a cidade do Rio de Janeiro, trabalhando como professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II. O autor tinha uma grande ligação com a família real, pois foi professor dos filhos da princesa Isabel. Além disso, o poeta também foi deputado provincial e deputado geral, Membro do Instituto Histórico e do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte. Ele morreu com 61 anos e, escolhido por Salvador de Mendonça, é patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.

Suas narrativas geralmente acontecem em torno de um relacionamento complicado, onde há um mistério sobre algum personagem e acontecem várias intrigas no decorrer na relação. As personagens de Joaquim Manuel de Macedo não são muito profundas e o autor foca mais em seu exterior, descrevendo seus gestos, palavras e como se vestem. Já com relação à linguagem, ele usa termos do cotidiano e os diálogos são espontâneos, porém isso não quer dizer que ele não siga os padrões da língua portuguesa.

As principais características de suas obras são a descrição dos costumes da sociedade carioca da época, estilo leve e simples, enredo fácil, contando com intrigas, amor e mistérios, final feliz
e os personagens de suas obras são inspirados em estudantes cheios de ideologias e em meninas ingênuas e prontas para casar. Com todos esses ingredientes, Joaquim Manuel de Macedo foi o escritor mais lido no país no final da década de 40 e início da década de 50, até José de Alencar publicar O Guarani.

A obra de Manuel Antônio de Almeida, outro grande autor da Primeira Fase Romântica

Assim como Joaquim Manuel de Macedo, outro escritor com grande participação nesta Primeira Geração Romântica foi Manuel Antônio de Almeida. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 28 de novembro de 1831 e, mesmo vindo de uma família humilde, conseguiu formar-se em Medicina. Porém, dedicou sua vida ao jornalismo, sendo também cronista e crítico literário.

A partir de junho de 1852 até julho de 1853 publicou, anonimamente e de forma separada, os folhetins que compuseram mais tarde o livro “Memórias de Um Sargento de Milícias” no periódico Correio Mercantil do Rio de Janeiro, jornal onde trabalhava. No ano de 1854, os textos foram reunidos em forma de livro, sendo que o primeiro volume saiu em 1854 e o segundo em 1855. Ele utilizou o pseudônimo de “Um Brasileiro” para publicar o texto, sendo que seu verdadeiro nome apareceu apenas na terceira edição, do ano de 1863, quando Manuel Antônio de Almeida já havia falecido. Neste mesmo ano foram publicados a peça ‘Dois amores’ e a composição de versos esparsos.

Além de trabalhar como jornalista, ele foi nomeado como Administrador da Tipografia Nacional, 2º oficial da Secretaria da Fazenda e candidatou-se à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro. Ele estava indo para Campos quando o navio Hermes naufragou, perto de Macaé.

A ideia para escrever “Memórias de Um Sargento de Milícias” surgiu após Manuel Antônio de Almeida ouvir as histórias de um colega de jornal, que era um antigo sargento comandado pelo Major que inspirou o personagem do livro. Este romance conta a história de Leonardinho, filho do casal de portugueses, Leonardo Pataca e Maria-da-Hortaliça, que vem morar no Rio de Janeiro. Na viagem para o Brasil, Leonardo dá uma pisada em Maria, que retruca com um beliscão, e, nove meses depois, é assim que nasce Leonardo, que no livro é retratado como filho de uma pisadela e um beliscão. Mas, o menino é abandonado pelos pais biológicos e é criado pelo compadre barbeiro. Como não tem a imagem da mãe e é largado para levar a vida na vagabundagem, o personagem é o próprio malandro brasileiro. Este livro de Manuel Antônio de Almeida apresenta muito senso de humor, fala sobre a malandragem do povo brasileiro e não tinha nenhum compromisso com o sucesso.