Literatura Atual: Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca
Lygia Fagundes Telles
Nascida em 1923, a paulista Lygia Fagundes Telles é um dos maiores nomes da literatura brasileira em todos os tempos. A escritora estudou Direito e Educação Física na Universidade de São Paulo.
Publicou o primeiro livro de contos, Porão e Sobrado, aos 15 anos, mas a estreia oficial foi com “Praia Viva”, também de contos, em 1944. Com História do Desencontro, de 1958, recebeu o Prêmio do Instituto Nacional do Livro. Já havia publicado, na ocasião, o romance “Ciranda de Pedra”. Com Verão no Aquário, de 1963, ganhou o Prêmio Jabuti. Em 1967, escreveu o roteiro de Capitu, filme baseado na obra “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.
Em 1973, publicou “As Meninas”, uma de suas obras mais cultuadas, que foi condecorada com o Jabuti, em 1974, tendo sido adaptado para o cinema no ano seguinte. Desde então, foram mais de 20 obras publicadas, entre romances e livros de contos, empilhando sucessos, que levaram à sua indicação, em 2016, ao Nobel de Literatura.
Dalton Trevisan
Dalton Jérson Trevisan, nascido em 1925, é um dos mais aclamados contistas da atualidade. Exceto pela obra “A Polaquinha”, de 1989, seu único romance, é reconhecido pelos inúmeros livros de contos, que lhe renderam o Prêmio Camões de 2012.
Sua estreia literária foi em 1945, com “Sonata ao Luar”. No ano seguinte, publicou “Sete Anos de Pastor”. Recebeu o Prêmio Jabuti por “Novelas Nada Exemplares”. Outros livros de contos foram: “Cemitério dos Elefantes”, “O Vampiro de Curitiba”, “A Morte na Praça”, “Desastres do Amor”, “A Guerra Conjugal”, “Crimes de Paixão”, “Desgracida”, “O Anão e a Nifesta” e outros, todos entre 1964 e 2011.
Rubem Fonseca
Autor de “Agosto”, livro que narra os fatos que culminaram na morte de Getúlio Vargas, episódio marcante da história brasileira, Rubem Fonseca foi condecorado com o Prêmio Camões em 2003. Ganhou cinco vezes o Prêmio Jabuti: em 1970, 1984, 1993, 1996 e 2003.
“Agosto” mistura ficção e fatos históricos reais, um traço da obra de um dos maiores autores da literatura brasileira em todos os tempos. Para conquistar tal condição, valeu-se de um estilo direto, urbano, eivado pela violência e pela sensualidade, tendo a solidão como pano de fundo.
Policiais, prostitutas, criminosos e personagens marginais à sociedade são descritos sem pudor, com uma estética naturalista, sem preocupação moral ou oposição bem x mal, característica presente em romances, contos e roteiros, onde a crítica social se faz presente.
Apesar de mineiro, formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhou como policial. Seus livros mais marcantes foram: “O caso Morel”, “Histórias Curtas”, “Amálgama”, “A grande arte”, “Agosto”, “Bufo & Spallanzani”, “Feliz Ano Novo”, “Lúcia MacCartney”, “Romance negro e outras histórias” e “Diário de um fescenino”.