Resumo Noites Brancas
Noites Brancas é um romance de FIÓDOR DOSTOIÉVSKI. Um dos maiores nomes da literatura russa produziu esse trabalho no ano de 1848, sendo, portanto, obra do período do Romantismo.
Sua trajetória de vida fez com que ele se identificasse com esse estilo propriamente. O escritor perdeu a mãe muito cedo, quando ainda criança, e na fase adulta, perdeu a esposa e o irmão no mesmo ano. Ficou alguns anos preso e, quando finalmente conseguiu sair, acabou sofrendo com vícios em jogo, no álcool, chegando a ter surtos paranoicos. Assim, sua obra é marcada pela melancolia característica de sua personalidade.
Noites Brancas possui ênfase no amor impossível. Dostoiévski escreveu tempos antes de ser preso. Talvez, por esse motivo, seja considerada uma de suas obras de maior sensibilidade.
Noites Brancas
Noite Branca é um fenômeno comum em todo o leste europeu, no qual o sol não se põe, fazendo com que as noites fiquem “brancas”. Na leitura, é possível perceber o aspecto “esbranquiçado” que ambienta toda a história.
O texto é narrado em primeira pessoa por um narrador-personagem, denominado “O Sonhador”, também protagonista da narrativa. A obra está dividida em cinco capítulos: “Primeira noite”, “Segunda noite”, “Terceira Noite”, “Quarta Noite” e “Manhã”. O personagem principal, “O Sonhador”, narra toda a história, dando ênfase à intensidade dos sentimentos e aos aspectos reais das coisas.
Outra característica importante na obra, é a “personificação das coisas”. Na trama, a cidade de São Petersburgo é uma das personagens. O mesmo acontece com rios e casas da cidade. Este pode ser um mecanismo para evidenciar o estado de melancolia e de “vazio profundo” do protagonista.
O livro vai narrando a longa caminhada do Sonhador pelas ruas de S. Petersburgo, destacando as impressões que o mesmo possui acerca das pessoas que ali vivem.
Em uma dessas caminhadas, conhece Nastácia (diminutivo de Anastácia). A moça chorava muito e isso chamou atenção do Sonhador. Eles vão se conhecendo aos poucos e, durante quatro noites seguidas se encontram no mesmo lugar, tornando-se confidentes e evidenciando uma espécie de “encontro de almas”.
O Sonhador conta toda a sua história, sempre em tom depreciativo, pois se considera um “homem sem história”. A moça torna-se solícita à dor do rapaz, acaba confiando nele, contando-lhe sua história também. A avó a tornara prisioneira, utilizando alfinetes para prender a moça à sua saia. A velha era cega e queria controlar a neta.
Ocorre que Nastácia acaba se relacionando com um dos inquilinos de sua avó e o rapaz, depois de algum tempo, diz que precisa ir embora e promete retornar dentro de um ano para se casar com ela. Precisava ir embora e arrumar um emprego melhor para então poder selar o matrimônio.
Um ano havia se passado e, infelizmente, o mancebo não havia retornado. O Sonhador promete que escreverá uma carta ao rapaz querendo explicações e aproveita a oportunidade para deixar o encontro do dia seguinte combinado com Nastácia.
Na terceira noite, a moça se alegra, agradecendo ao amigo por não ter se apaixonado por ela. A verdade, era que o Sonhador já a amava. Estava perdidamente apaixonado e sofrendo por amor.
Logo, a moça começa a chorar, dizendo que o rapaz que lhe prometera casamento não iria mais retornar. O amigo a consola, dizendo que ainda há tempo da carta chegar, que não se preocupasse. Angustiada, Nastácia lamenta o fato de seu amado não ser como o sonhador e de não ser ele próprio seu amado.
Apaixonado, Na quarta e última noite, o Sonhador enfim decide se declarar para a moça. Desiludida com seu antigo amor, diz querer entregar-se ao rapaz. Eles andam juntos, sorriem, choram, mas o momento dos dois é interrompido quando o rapaz que disse que iria voltar, de fato, retorna. Nastácia lança-se nos braços dele.
O Sonhador chega a ganhar um beijo dela, mas depois de fazê-lo, retorna para o aconchego de seu antigo amor. No último capítulo, o Sonhador acaba recebendo uma carta com os agradecimentos e os pedidos de desculpas da moça.
Noites Brancas-Adaptações
A obra de Dostoiévski recebeu várias adaptações, como a do italiano Luchino Visconti, em La “Notti Bianche” (1957), com Marcello Mastroianni e Maria Schell. A produção recebeu o Leão de Prata, no Festival de Cinema de Veneza. Isso, sem falar nas adaptações realizadas para o cinema francês e americano.
No Brasil, podemos falar de uma adaptação feita pela Rede Globo, num especial em 1973, contando com Francisco Cuoco e Dina Sfat como protagonistas.
DOSTOIÉVSKI
Ele é conhecido como “fundador do existencialismo”, Dostoiévski é um dos maiores nomes da literatura russa e da literatura mundial. Também é um dos artistas mais inovadores.
Sua obra explora temáticas como a humilhação e o assassinato. Dentre suas obras podemos citar, além de “Noites Brancas”, “Crime e Castigo” (1866) e “O idiota” (1869).