Resumo sobre o estilo literário Naturalismo
O Naturalismo foi uma Escola Literária que aconteceu após o Romantismo e o Realismo, por volta do século XIX. O Realismo foi um movimento que valorizava o homem em seu habitat e na sociedade.
Em comparação com as demais escolas literárias, o Naturalismo pode ser visto como o oposto do Romantismo, que trazia a emoção, a prosa e a poesia como carro chefe de todas as obras de sua época, características que não estão presentes no Naturalismo.
Já em se tratando do Realismo, havia quem achasse que os dois movimentos eram complementares, por terem características e objetivos mais parecidos, mas ao ver profundamente cada movimento, podemos encontrar diferenças grandes, que fazer de cada movimento uma Escola Literária individual e única.
A história do Naturalismo
O Naturalismo originou-se na França no ano de 1870. Neste período da história da literatura, os escritores e artistas buscavam em matérias reais e orgânicas respostas e soluções para a existência do homem. Assim, temas como Biologia, Sociologia, Sexualidade, Psicologia, dentre outros, passaram a fazer parte do repertório dos grandes nomes da Literatura da época.
Existem diversas versões com relação ao Naturalismo, existem historiadores que dizem ser uma ramificação do realismo, que mostrava a sociedade de forma ainda mais objetiva e existem os que defendem o Naturalismo como uma geração solo, com características marcantes que o diferem do Realismo.
Os Naturalistas pregavam sobre o indivíduo, o homem em um panorama onde ele era concebido através de “forças naturais”. Esse tipo de romance se dedica a retratar todos os tipos de comportamentos do homem, fossem eles patológicos, taras sexuais ou até seu lado mais animalesco.
Alguns nomes do movimento Naturalista são Dawin, Hippolyte Tayne e Auguste Comte, com opiniões e obras marcantes ao ponto de marcar seus nomes na história do Naturalismo. Esses autores, e outros de sua época e escola literária, criavam obras onde os narradores eram de sabedoria absoluta e plena e irredutíveis com relação ao que expunham em suas obras.
No Brasil, o Naturalismo contou com a influência de autores como Eça de Queiroz (português), tendo como marco seus livros: “O primo Basílio” e “O Crime do Padre Amaro”.
Características do Naturalismo
O Naturalismo era baseado em lógica e objetividade, toda e qualquer obra se baseava no lado cientifico, transformando o homem em objetos experimentais. A linguagem utilizada nas obras da época era simples e com descrições específicas e minuciosas.
Os temas abordados tratavam da vida cotidiana e real do homem, talvez por isso a percepção de que o Naturalismo pudesse ser uma ramificação do Realismo. Os temas mais abordados eram: adultério, miséria, crimes, sexualidade e taras, problemas sociais, problemas patológicos, dentre outros temas que poderiam parecer polêmicos para a época.
Um ponto importante sobre o Naturalismo era a vontade de expor e explorar todos esses assuntos sem se preocupar muito com o recebimento dessa mensagem pelos leitores. O que importava era falar sobre o que era natural e, consequentemente, nem sempre belo e romântico como no passado.
Ao se dedicar a todos os temas sugeridos, um autor Naturalista mostrava o desejo de reformar ou reformular a sociedade e seus defeitos, trazendo uma dinâmica mais verdadeira ao cenário da literatura.
Outra vertente ainda não citada é a certeza de que o ser humano poderia ser explicado através das forças da natureza e que o homem estava ligado diretamente a hereditariedade, ou seja, suas características biológicas ditariam sua vida e seu destino.
Como Darwin já foi citado como um dos mais importantes autores do Naturalismo, o evolucionismo se fez muito presente nesta escola, baseando alguns pontos levantados nas obras.
Nas artes plásticas, em geral o que se retratava era o mundo real, o que se observava, de fato, era pintado, da forma mais aproximada possível do que era visto na natureza e na natureza humana. Alguns dos nomes mais importantes da pintura foram: Jules Breton, pintor francês e também poeta, Henri Biva, pinto francês e Charles Cottet, gravurista e pintor.
Exemplificando o tom em suas obras, podemos citar: “O mulato”, de Aluísio de Azevedo, marca o início do Naturalismo no Brasil. A obra fala sobre racismo, questões contra o clero e o puritanismo sexual. O impacto na sociedade de São Luís do Maranhão foi grande e deu início ao que seria um dos movimentos revolucionários da cadeia de Escolas Literárias.
“O Cortiço”, também de Aluísio de Azevedo, levou o Naturalismo ao seu ápice no Brasil, retratando personagens marginalizados em seus cotidianos reais e pouco valorizados. Publicado em 1890, fala sobe as péssimas instalações e qualidade de vida no Rio de Janeiro da época. Neste romance, Aluísio deixa em segundo plano o enredo, dando vida e força aos personagens, destacando os detalhes característicos das obras Naturalistas.
Assim, os Naturalistas trouxeram consigo o idealismo de mudar uma sociedade defeituosa com sua obra real e detalhista.