Concordância Nominal e Concordância Ideológica: Silepse de Número, Gênero e Pessoa
No português, a concordância é um conceito de adequação e organização das frases. A intenção é evitar falas com duplos sentidos e ajudar na compreensão do que está sendo dito ou escrito.
Concordância Nominal
A concordância nominal rege as regras das relações gramaticais entre o substantivo e pronomes, adjetivos e etc. Ou seja, para estarem gramaticalmente corretas as frases precisam que os substantivos concordem em gênero e número com os artigos que o precedem.
– Exemplo: Estes pratos limpos são para vocês!
“Pratos” é um substantivo de gênero masculino que está no plural. Para se adequar, o pronome “estes” e o adjetivo “limpos” concordam em gênero (masculino) e número (plural) com o substantivo.
Silepse
A silepse também conhecida como concordância ideológica. No caso deste recurso linguístico, a regra vai na contramão da concordância nominal simples.
Isso acontece porque o sujeito da oração não concorda exatamente com o número e gênero dos predicados, mas, sim, com a ideia que está sendo passada. O conceito possui três variações. A seguir, daremos exemplos de cada uma.
– Silepse de gênero: neste caso há discordância entre os gêneros dos adjetivos e substantivos. Ocorre com frequência com pronomes de tratamento.
– Exemplo: Alemanha está animado.
Aqui, no caso, Alemanha é um país de gênero feminino e “animado” está no masculino. Na verdade, o adjetivo está concordando com a ideia de “país”, que é um substantivo masculino.
– Silepse de número: a regra funciona quando um o substantivo representa um coletivo e o verbo vai para o plural, mesmo o coletivo estando no singular.
– Exemplo: Façam o que for preciso para impedir esta barbárie, população!
O verbo “fazer” está conjugado no plural, mesmo o adjetivo “população” sendo singular. Mas por “população” expressar a ideia de pluralidade, o verbo acompanha e deixa de ser singular.
– Silepse de pessoa: ocorre quando o orador se inclui na sentença, se colocando na terceira pessoa do plural.
– Exemplo: Peço calma a todos os convidados para que pensemos juntos em uma saída.
Aqui, a palavra “convidados” está na terceira pessoal do plural e “pensemos” está na primeira pessoal do plural.