Período Composto
O que seria período composto? Podemos dizer que o período composto encerra um conjunto de orações (pelo menos mais de uma), que mantêm entre si relações de coordenação e/ou subordinação. Na maioria das vezes, essas relações são estabelecidas por meio de conectivos que têm a função de lugar uma oração a outra. Esses operadores de encaixe (os conectivos: preposições, conjunções, pronomes relativos) são os responsáveis pela coesão, garantindo no nível do conteúdo a conexão entre as ideias.
As orações coordenadas são orações de igual função, gramaticalmente independentes, ligadas entre si por meio de conjunções coordenativas, ou por justaposição (sem conjunção, por meio da vírgula, dois pontos, etc.). Há dois tipos: a assindética (sem conjunção) e a sindética (com conjunção).
O que são as orações coordenadas do período composto e como são classificadas
Como o próprio nome já diz, o período composto por coordenação é formado por duas ou ainda por mais frases, orações coordenadas, não possuindo nenhuma forma de dependência uma das outras.
Para se classificar uma oração coordenada deve-se levar em consideração o aspecto semântico e também lógico que as orações estabelecem entre si. Isso porque, em uma oração de período composto por coordenação, as orações que compõem a frase são caracterizadas como equivalentes sintaticamente e independentes.
Período composto por coordenação
Assindéticas: são as que não apresentam conjunção, a ligação entre elas se dá por meio da pontuação. Veja o exemplo:
Raspou, combinou, ganhou.
Na frase acima, as orações coordenadas curtas, sem conectivo, remetem no plano do conteúdo, à praticidade e também a rapidez que envolver o produto. Embora a conjunção não esteja presente nas assindéticas, é possível em alguns casos coloca-las.
Exemplos:
Não saiam, está chovendo = Não saiam, pois está chovendo.
Cheguei, vi, venci = Cheguei, vi e venci.
Sindéticas: as orações coordenadas que se prendem à anterior por meio de conjunção se denominam sindéticas.
Exemplos:
O Sr. Arnaldo sofreu um infarte.
Foi para o céu e a Golden Cross o trouxe de volta… (anúncio publicitário)
As orações coordenadas sindéticas recebem o nome das conjunções que as iniciam. Eis a classificação:
Aditivas: indicam a ideia de soma, de sobreposição:
Exemplos:
[A seleção brasileira venceu a Dinamarca] [e empatou com a Inglaterra].
oração assindética oração sindética aditiva
[A poesia não se recusa a ninguém], [nem é exclusividade de alguns].
oração assindética oração sindética
Adversativas: estabelecem com a frase anterior uma oposição, uma quebra de expectativa.
Exemplo:
[Dilma não rouba], [mas deixa roubar].
Oração assindética oração sindética adversativa
A segunda oração estabelece uma oposição em relação à primeira. Quando o enunciador diz que a presidente não rouba, cria-se a expectativa de que ele não deixaria de roubar. No entanto, dá-se o contrário, a presidente deixa roubar. Como a conjunção mas estabelece o argumento mais forte, o autor acaba criticando o presidente, pois o que é destacado é o ‘deixar roubar’, e não o fato de ‘não roubar’. Compare:
[Maria é inteligente], [mas falta à aula].
[Maria falta à aula], [mas é inteligente].
Na primeira oração, se destaca a ‘falta’. Já na segunda, a ‘inteligência’. Há pois, além da oposição, uma direção argumentativa. Na linguagem coloquial, há inúmeros casos em que o mas não estabelece oposição, gerando frases incoerentes (algumas vezes, preconceituosas):
É são paulino, mas é gente boa.
O Paulo é negro, mas é muito íntegro.
A conjunção adequada nos casos acima seria o e; o fato de ser são paulino não implica em ser má pessoa, bem como o fato de ser branco, preto, etc., não significa ser desonesto ou mau caráter. Nos dois casos, não há oposição, mas um julgamento de valor baseado no preconceito.
A utilização das coordenadas adversativas possibilita ainda ao enunciador criar efeitos de sentido que gerem humor e crítica.
São conjunções adversativas: mas, porém, entretanto, no entanto, contudo, todavia. Exceto o mas, que só inicia oração, as demais conjunções adversativas aceitam preposição ao verbo.
Explicativas: as orações coordenadas explicativas traduzem uma justificativa, um argumento favorável ao que foi dito anteriormente (o enunciador enuncia o motivo de sua ordem, suposição ou declaração).
Exemplo:
[Arlindo deve estar doente], [ porque tem faltado às reuniões].
Oração assindética oração sindética explicativa
Suposição motivo da suposição
São conjunções explicativas: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo). A oração coordenada explicativa não aceita anteposição, visto que é impossível justificar uma declaração, suposição ou uma ordem antes de enuncia-las.
Alternativas: indicam alternância, exclusão ou opção (a escolha de A, implica a recusa de B, a escolha de B, implica a recusa de A.
Exemplo:
[Brasil, ame-o] [ou deixe-o].
Oração ass. Oração sindética alternativa
São conjunções alternativas: ou…ou, quer…quer, ora…ora, seja…seja, já…já.
Conclusivas: as orações coordenadas conclusivas explicitam o que está pressuposto na oração anterior (exprimem uma conclusão).
Exemplo:
[És homem], [logo és mortal].
Oração ass. Oração sindética conclusiva
São conjunções conclusivas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por isso, por conseguinte, assim.