O debate – Uma modalidade oral
A linguagem dissertativa possui suas próprias características. Em primeiro lugar, não deve ser coloquial ou aproximada da fala, usando termos chulos, gírias. Por outro, não deve também ser sofisticada em demasia, a ponto de se parecer com um discurso de Rui Barbosa… Então, qual é a linguagem que devemos usar quando escrevemos uma dissertação? Procure utilizar-se da norma padrão da linguagem, evitando citações pomposas, palavras que você não usa costumeiramente.
Mas nunca se esquece que existe uma grande distância entre escrever e falar. A dissertação expõe, inclusive, nossa formação cultural e a maneira como vemos e como entendemos o mundo. Quando falamos, contamos com muitas outras possibilidades para que os outros nos entendam: tom de voz, gestos, caras e bocas…. mas quando escrevemos, contamos com a nossa capacidade de dizer, sobre o assunto, o que melhor guardamos em nós, opiniões pessoais.
As principais diferenças entre a fala e a escrita
O som é o meio que expressão todas as línguas humanas, e ele é produzido através do que chamamos de aparelho fonador. No entanto, a maioria das línguas existentes utiliza-se da escrita como forma de expressão. Data-se, que esta surgiu há cerca de 5 mil anos, no Oriente Médio, e desde o seu início esteve intimamente ligada com a prática de desenhos. Mas, vale ressaltar, que apesar de tudo, existem muitas línguas no mundo todo, que não dispõem e não dispuseram de registros com caracteres significativos e impressos.
A necessidade de se ter a escrita como uma maneira de comunicação se liga ao grau complexo dos aspectos culturais do homem. Em outras sociedades, aquelas vistas como fechadas, se observa o conhecimento do grupo transmitido de maneira oral, de geração em geração, não havendo a necessidade de uma escrita. Mas, na nossa cultura, extremamente heterogênea e aberta, registrar o que acontece em nossa sociedade por escrito é fundamental para que o futuro seja preservado.
Apesar de haver muitas conexões entre a escrita e a fala, o ato de escrever é bem diferente do ato da fala, de expressão oral. E a principal diferença está no fato do interlocutor estar ausente no momento em que estamos escrevendo e presente na hora em que falamos.
Quando estamos nos comunicando através da fala, qualquer problema que haja a respeito de uma compreensão ou de uma interpretação pode ser resolvido quando o indivíduo que está nos ouvindo, interrompe a conversa. Além disso, quando somos ouvidos ou quando estamos conversando, há inúmeros fatores que acabam formando um ambiente mais propicio, como por exemplo o uso de expressões faciais, de gestos e mudanças nos tons de voz, que acabam reforçando o que estamos dizendo.
O debate – o que é e as suas características principais
Podemos dizer que a linguagem oral é uma das características, que fazem de nós, seres humanos, seres únicos, dotados de senso crítico, opiniões próprias em relações que estabelecemos com outros seres humanos, fazendo assim, com que nossos conhecimentos sejam ampliados, de acordo é claro com a nossa convivência, estabelecendo assim uma troca de experiências vividas.
E essa troca acaba se dando por meio das situações que vivemos na sociedade, no nosso dia a dia, como por exemplo na escola, no ambiente de trabalho, em faculdades e na convivência com nossos amigos e familiares. Tudo isso acontece de maneira espontânea, priorizando assim uma linguagem mais informal, divergindo e assemelhando opiniões, com o objetivo principal de promover uma maior interação entre os envolvidos.
No entanto, há outras situações, onde a chamada espontaneidade acaba dando lugar a uma linguagem mais formal, na qual os interlocutores envolvidos apresentam suas opiniões, argumentando e contra-argumentando sobre um determinado assunto de interesse coletivo. A essa situação, chamamos de debate, que é utilizado principalmente pelos meios de comunicação. Quem nunca viu um debate eleitoral, onde os candidatos são confrontados sobre as estratégias e os planejamentos de sua campanha?
A linguagem utilizada nesse tipo de debate é caracterizada pela norma padrão da língua. Mas, em algumas situações em que haja principalmente um certo grau de intimidade entre os participantes, ou do nível de cultura e da faixa etária dos mesmos, poderá haver uma variação da linguagem.
Mas, para se ter um debate real, é preciso se estabelecer e obedecer regras combinadas previamente. Além disso, é imprescindível a utilização de um mediador, que possui a função de comandar o debate, procurando assim manter a organização e o nível do mesmo.
Podemos concluir, que o ato de debater, ou de debate, nos proporciona a liberdade de expressão, ou seja, de expormos de maneira livre nossas opiniões e pontos de vista e ainda, a oportunidade de compartilharmos opiniões de outros participantes, onde a intenção é exclusivamente e unicamente convencer ou sermos convencidos, diante do confronto de experiências vividas. Além disso, o debate acaba ampliando nossa visão de mundo e ajuda que exerçamos a nossa cidadania.