América do Sul

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América do Sul

A América do Sul atual é o produto de um processo que se desenvolveu ao longo dos últimos quinhentos anos, desde o início da ocupação europeia no continente.

 

América do Sul

Antes da violenta colonização europeia, que teve como principais atores Portugal e Espanha, o continente era habitado por populações primitivas, que viviam basicamente da coleta de recursos básicos, presentes, por exemplo, em todo o território brasileiro.

A exceção, antes da chegada dos europeus, era o Império Inca, que habitou a região da Cordilheira dos Andes nas regiões onde estão hoje o Chile, o Equador, a Bolívia e o Peru, tendo como capital a cidade de Cusco.

Tal civilização não sobreviveu, no entanto, às investidas dos espanhóis, dominada ainda no século XVI. A interiorização da ocupação espanhola foi movida, basicamente, pela busca de ouro e pedras preciosas. No Brasil, ocupado por Portugal, ao longo dos primeiros séculos de colonização, podem ser percebidos três traços principais.

– Extração do pau-brasil – Foi o primeiro ciclo econômico promovido pelos portugueses, com extração da valiosa madeira, enviada para o comércio no continente europeu.

– Lavoura – Expandiu-se no litoral e se concentrou na exploração da cana de açúcar, estruturada na forma de monocultura extensiva.

– Pedras preciosas – A expansão em direção ao interior do continente pelos portugueses teve como indutora a busca por pedras preciosas, particularmente ouro e diamante, que contribuiu decisivamente para a exploração do imenso território brasileiro.

Tratado de Tordesilhas

Para compreender a conformação política atual da América Latina é preciso remontar ao século XV, mais especificamente ao ano de 1494, quando foi assinado entre Portugal e Espanha o Tratado de Tordesilhas.

O tratado foi estabelecido para evitar confronto entre as duas poderosas nações, dividindo o continente no que hoje chamamos: “América Espanhola” e “América Portuguesa”. A parte que cabia à Espanha era localizada a oeste do continente, enquanto Portugal tinha a posse da região leste do continente.

O processo de independência dos países do continente Sul Americano teve início no século XIX, movido por uma já presente identidade nacional, no caso do Brasil, e por rebeliões locais, na América Espanhola. Há duas diferenças principais. A independência do Brasil deu-se, praticamente, de forma pacífica, o que contribuiu para a manutenção da unidade territorial, o que deu origem a um dos maiores países do mundo em extensão territorial. Na América Espanhola, ao contrário, a independência foi obtida com uma série de conflitos armados, financiados, sobretudo, por Inglaterra e Estados Unidos, que tinham interesses econômicos na região, motivados pela Revolução Industrial, que impunha a busca de mercados consumidores e exportadores de matérias primas.

Em 1826, durante o Congresso do Panamá, Simon Bolívar defendeu a integração político-econômica da América Espanhola, mas a influência das novas potências econômicas já era forte e tal integração ameaçava os interesses das mesmas. Com isso, a América Espanhola se fragmentou em diversas nações.

Esse quadro está na gênese da configuração política da América do Sul e América Latina como um todo. No princípio, em vez de integração, os povos da região, inclusive o Brasil, se envolveram em vários conflitos por ocupação territorial. Desde então, a América do Sul ficou marcada por oscilações políticas e limitações ao desenvolvimento econômico, quadro que perdura até os dias atuais, inclusive no Brasil.

Geografia

A América do Sul é um continente de 17.819.100 km², que detém 12% da superfície terrestre do planeta e 6% da população mundial. Sua fronteira norte é o Istmo do Panamá, que marca a separação da América Central. Ao sul, é separada da Antártida pelo estreito de Drake. É banhada ao norte pelo mar do Caribe, a leste pelo Oceano Atlântico e a oeste pelo Oceano Pacífico.

Metade da população do continente está no Brasil, que responde por 3/5 da produção industrial. Mesmo assim, o próprio Brasil ainda se ressente de uma política industrial mais ousada, que se faça alavancar pela pesquisa científica e tecnológica.

A Venezuela é, atualmente, o país que detém a maior reserva de petróleo do mundo. O Brasil, por sua vez, detém 1% das reservas mundiais. A extração mineral está distribuída em todo o continente, com destaque para o ferro, cobre, estanho e manganês.

A pecuária é outra atividade econômica disseminada por quase todo o continente, presente de forma intensiva no centro e sul do continente. A principal atividade continua, no entanto, sendo a agricultura. No Brasil, o agronegócio incorporou tecnologia e otimizou a produção de uma diversificada matriz agrícola, facilitada pela diversidade climática e pelas condições propensas às culturas tropicais.

Os dois principais traços geográficos da América do Sul são a Floresta Amazônica, maior floresta tropical do planeta, e a Cordilheira dos Andes, uma imensa cadeia montanhosa encravada no coração do continente.

A Floresta Amazônica, localizada no norte do continente, cobre parte do território de Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia. Trata-se de uma região com alto potencial econômico, devido à sua fantástica biodiversidade, mas pouco explorado pelos países da região.

A Cordilheira dos Andes é uma vasta cadeia montanhosa de 8 mil km, que se pronuncia ao longo da costa oeste do continente, tendo como ponto culminante o monte Aconcágua, a 6,96 mil metros de altitude. Ao sudoeste do continente, serve de fronteira entre Argentina e Chile. Ao norte, a cordilheira se estende quase até o mar do Caribe.

Futuro do continente

O continente vive um momento de conflitos políticos, tendo como mais grave traço a crise humanitária na Venezuela, provocada por conflitos internos, pressão internacional gerada pela cobiça que desperta o petróleo do país e dependência quase exclusiva dessa atividade econômica.

Por outro lado, Argentina e Brasil vivem grave crise econômica e política. Militarmente frágil, mas rico em recursos naturais, o desafio do continente é não reviver a tensão permanente experimentada pelo Oriente Médio.